Toda bruxa que se preze conhece muito bem mandrágora, beladona e meimendro. Três ervas da família Solanaceae.
Pintura: O círculo mágico de John William Waterhouse, 1886
A mandrágora (Mandragora officinarum) possui raízes que lembram formas humanas. Segundo a lenda, ao ser coletada gemia ruídos alucinantes. Alguns de vocês talvez se lembrem desta planta no filme ou livro: Harry Potter e a câmera secreta, onde os bruxinhos usavam um protetor no ouvido para coletá-la, porém na antiguidade a coleta era mais dramática, pois se amarrava um cão faminto na planta e este ao tentar fugir arrancava a raiz e caia morto.
Madragora officinarum
À esquerda, forma de coleta atual e á direita, forma de coleta antiga de mandrágora
Já a beladona (Atropa belladonna), erva altamente tóxica, era muito popular entre as mulheres da época, pois dos frutos desta erva se fazia um suco, que era pingado nos olhos, deixando os dilatados; para os padrões da época, essa aparência deixava as mulheres mais belas.
Já a beladona (Atropa belladonna), erva altamente tóxica, era muito popular entre as mulheres da época, pois dos frutos desta erva se fazia um suco, que era pingado nos olhos, deixando os dilatados; para os padrões da época, essa aparência deixava as mulheres mais belas.
Hyoscyamus niger
Essas três ervas eram os principais “ingredientes” da famosa “fórmula do voo”. Os óleos e pomadas (Unguentos) obtidos eram aplicados nas vassouras e na pele, principalmente nas mucosas. No ritual, montava-se na vassoura e a esfregava nas mucosas vaginal e anal. Neste momento, as bruxas voavam para o Sabá, encontro marcado à meia noite que envolvia orgias.
Representação germânica de um Sabá (1669)
Bruxas voando. Pictura: Capricho nº 68, Linda maestra de Francisco de Goya y Lucientes
Não é de se admirar, que as essas mulheres realmente acreditavam que foram para o Sabá e algumas antes de serem torturadas pela inquisição afirmavam claramente que voavam.
Gravura retratando uma bruxa na fogueira